segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Noite no Casino

Como somos um grupo de gostos selectivos e requintados e aparentemente com dinheiro bastante para "torrar" (ou não...) ontem fomos ao Casino de Lisboa. Posso dizer que já há bastantes anos que não ia a um casino e embora tenha achado o espaço absolutamente fantástico houve algo que me deixou perturbado.

Ao nosso lado a jogar na roleta estava um indivíduo a que não se cansava de puxar do maço de notas de 50, 20 e 10 euros que tinha no bolso e de apostar completamente à parva. Chegámos facilmente à conclusão este homem estava ali apenas para gastar dinheiro ostensivamente, não para ganhar. Em cada jogada devia estar a perder entre 50 ou 100 euros, provavelmente mais às vezes e sempre com um sorriso nos lábios... Ocasionalmente até cantarolava... E mais, até me pareceu que o dinheiro nem devia ser dele, mas do irmão (esse sim tinha um ar endinheirado) que estava do outro lado da mesa... E isto durante horas, ele já lá estava quando chegámos e lá ficou quando saímos...

Não consigo ficar indiferente a este tipo de coisas, especialmente quando sei que há tanta gente neste país que se mata a trabalhar para receber 400 euritos por mês (com os quais eu nem imagino como é possível viver). Apeteceu-me fazer ali uma de Robin Hood, não estivessem lá tantos seguranças e câmaras. Claro que cada um tem o direito de fazer o que quer do seu dinheiro mas não seria mais recompensador para este tipo de pessoas saber que fizeram algo de útil ajudando alguém do que inserir notas à maluca numa ranhura, as quais nunca vão reaver? Sinceramente escapa-me, não compreendo de todo...

A frase de Horácio Nil sine magno labore vita dedit mortalibus (A vida nada dá aos mortais senão trabalho duro) claramente só é válida para alguns...

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